Desabafo

Você sabe que você tem um problema com os livros de determinado autor quando aqueles que pertencem a um gênero pelo qual não se interessa particularmente começam a soar melhor que os escritos num gênero com que está familiarizada ou gosta.

É exatamente isso que vem acontecendo comigo e Sherrilyn Kenyon; desde depois de Acheron, com algumas exceções, como Dream Warrior, alguma coisa nos livros dela não parece certa, como se algo de muito errado tivesse estragado a minha leitura. Não mais entro no perfil do Facebook louca em busca de notícias, nem passo semanas anteriores a um lançamento procurando qualquer spoiler que acabe com minha agonia.

Então, eu costumava amar a série Dark-Hunter, apesar de ter alguns problemas com ela. Mas, desde o lançamento de Acheron, pude contar nos dedos de uma mão só quais livros foram realmente bons, e francamente, isso me assusta. Não é que eu não goste mais dos livros dela — é só que agora eles não são prazerosos para mim como costumavam ser, pois já deixei de sentir aqueles arrepios de antecipação ante o som de um novo livro.

A menos que seja um livro das Crônicas de Nick, que é um young adult. Honestamente, tenho pouco ou nenhum interesse pelo tema, e apenas um nome que eu conheça me faz ler esses livros — Kresley Cole e Gena Showalter —, então, deixar de ter friquitis por um Dark-Hunter para ter por um Nick Gautier (que nem é meu personagem preferido), é um choque imenso.

Além disso, também há minha relação de amor e ódio com Diana Palmer e J. R. Ward. A primeira perdeu o rumo e consegue escrever um livro mais revoltante que o outro, como se estivesse competindo com si mesma, e a última parece não saber mais o que escreve e perdeu o rumo do próprio mundo que criou, problema que também parece assombrar Sherrilyn Kenyon.

Aliás, a cada livro da Kenyon que pego, me sinto como se estivesse lendo mais do mesmo: herói inacreditavelmente torturado acostumado a maltratar todos ao seu redor encontra heroína surpreendentemente compreensiva que se propõe a lhe mostrar o lado bom das pessoas e salvá-lo dos demônios de seu passado ao mesmo tempo em que ambos lutam para manter o mundo em segurança. Isso para não falar das inconsistências, que são endereçadas depois como “uma tentativa de fazer o livro soar real”.

Como assim? Estamos falando de deuses, vampiros, demônios, mitos, anjos, monstros, Atlântida... Onde a realidade disso tudo foi parar?

O resultado dessas incursões pela História só me causam bocejos. Não entendo porque nenhuma das três joga personagem atrás de personagem em cada novo livro, sendo que nenhuma dá conta de terminar o enredo que começou. Sem contar as brechas e erros e provocações seguintes relativas à sexualidade e/ou personalidade dos personagens, que se tornaram cópias malfeitas de outros e nem de longe têm o mesmo apelo. De alguma forma, todos se tornam caricaturas de si mesmos e não conseguem me fazer sentir nada, nem raiva, e eu não sei realmente o quanto estou disposta a ir em frente e insistir nelas, considerando-se a quantidade de autores bons que tem por aí — e que nunca me desapontam.

Então, há mais alguém aí que se sente da mesma forma? Não precisa ser com alguma dessas autoras, mas com qualquer outra.

 
2 Comentários
  • Oi Lidy, eu me sinto um pouco assim com a J.R Ward acho que ela perdeu o rumo da historia, sinto falta da "simplicidade" dos primeiros livros que são os melhores na minha opinião. Diana Palmer eu desisti depois de Amelia( odio mortal daquele livro)nem da pra acreditar que a mãe dela lutou a favor da libertação feminina. com a Sherrilyn... eu gosto mtu de D.H mas o Redemptiom foi uma porcaria total ainda bem que o guardião foi melhor. Eu quase chorei ao ler que D.H esta entrando na segunda de QUATRO fases!Espero que ela melhore pois amo demais essa serie, é a minha favorita.Vamo que vamo. Bjuss

  • Rachel, também acho que a Ward perdeu o rumo. Para mim, se ela tivesse se limitado a escrever os Irmãos, as coisas teriam ficado bem melhor: neste ponto, nem os vilões dela funcionam mais, sejam lessers ou os Bastardos, é tudo igual. Só me faz revirar os olhos de tédio.

    Diana Palmer me deixou puta foi com Coragem. Eu li Amélia, fiquei com a sensação de que tinha sido trollada, mas só fui usar de psicologia sadista com o Rodrigo - mocinho cretino, ignorante, espírito de porco e bully! Gosto de pensar que sou paciente, compreensiva e legal, mas não são tão paciente, compreensiva e legal para achar os livros da DP bonitinhos. Eu preferiria morrer a seca a topar com a metade dos mocinhos dela, tirando Dutch e Carrera.

    A Sherrilyn me frustrou. Sério, não aguento mais ler sobre a ameaça ao fim do mundo: eu sei que no fim do livro o mundo não vai acabar, então me poupe. Depois que ela matou o D'Alerian, criou aquela bagunça com o Jess e a nojenta da Abigail, fez um mistério sobre a relação entre Jaden e Jared, eu perdi o tesão. Sem falar na história do Savitar, que só Deus sabe quando vai sair. E ainda tem o livro chato que foi o do Fang, o irritante do Fury com aquela mocinha... Logo começo a postar minhas resenhas deles. lol

    Ah, The Guardian foi ótimo. Apesar do mocinho incrivelmente torturado e do final apressado.

    Agora minhas séries paranormais preferidas são Guild Hunter e Immortals after Dark, da Nalini Singh e da Kresley Cole.

    Beijos!

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