O que eu Mais Odeio nos Romances



Imagem retirada daqui
Como leitora, utilizo a leitura para me manter informada e entretida. Cá entre nós, não há nada melhor que pegar um livrinho e enfrentar a fila no banco, a espera no consultório do dentista, a viagem de ônibus ou, simplesmente, o tédio, não é?

No entanto, algumas vezes eu quero simplesmente matar os personagens por me deixarem irritada. Por quê? Bem, desde uma heroína estúpida a um herói cretino, alguns detalhes me deixam muito desapontada em relação aos livros. Tipo o quê?

Difícil de acreditar que esse aí é escocês.


1. A Capa

Há um velho ditado que diz “não julgue um livro pela capa”. Concordo plenamente, mas também acho que propaganda é a alma do negócio. Já pensou se a gente decide visitar um dentista e, ao chegar ao consultório, se depara com uma criatura com um sorrisinho amarelado e podre? Pois é. Com os livros, não é diferente. Não acho que seja necessário um Nathan Kamp seminu para atrair minha atenção — não estou reclamando, ok? Adoro capas com o Nathan Kamp vestido ou seminu. hehehe O que eu quero dizer é que não agüento mais as capas em que há casais juntos com bichinhos, em uma paisagem, numa pose sensual, que só me fazem pensar que eu já vi aquela capa em particular antes, porque ela é simplesmente igual a várias outras! Sem contar quando ela é repetida ou apresenta personagens com estilos diferentes, como a capa de No Auge da Paixão, da Hannah Howell, em que o herói, além de feinho, usava uma calça de brim em vez de kilt, como se tivesse saído de uma mina de carvão no fim do século XIX em vez das Terras Altas da Idade Média!

Mas o que realmente ninguém me veria segurando seria algo tipo isso:

É impressão minha ou a heroína é a Lady Gaga?



2. O Título

Se há alguma coisa que é mais importante que a capa, é o título. Quando o seriado Friends foi lançado, os produtores brincaram com os títulos de cada episódio (“Aquele com...” para remeter ao fato de a gente sempre se referir a uma coisa específica para falar de um episódio de determinada série). Eles perceberam que os títulos eram mesmo importantes — porque, vamos combinar, é frustrante saber todos os detalhes de um livro... Menos o nome, né?

Então, eles têm que ser marcantes, mas não tanto como os nomes de uma novela mexicana ou que entreguem o enredo logo de cara, como alguns títulos da Harlequin americana: A Noiva Virgem do Xeique (Penny Jordan, publicado como Um Conto Árabe), A Esposa Troféu do Magnata (Miranda Lee), Amante Secreta, Esposa Pública (Emma Darcy), A Implacável Vingança Matrimonial do Siciliano (Carole Mortimer, lançado aqui como Mais que uma Vingança), entre outros.

Bem, a coisa fica feia mesmo quando os livros chegam aqui e são lançados com uns nominhos chinfrins, toscos... Tipo Highland Knight, da Hannah Howell, que deixou de ser “Cavaleiro das Terras Altas” para virar Vingança de Amor. E eu nem vou comentar os títulos dos Wherlocke, porque quero saber o que o pessoal da editora vai fazer quando os adjetivos psíquicos acabarem. Só dizendo: quando “If He’s Wicked” (Se Ele é Perverso, em tradução livre) vai virar A Vidente? (perguntinha cruel: já pensou se “Amante Eterno” desembarcasse aqui com o título “Amante Faminto” e a chamada “Oh, Rhage, por que essa boca tão grande?????”)

E o pior: e se o autor for azarado, como a Lynda Trent, e tiver dois livros diferentes publicados com o mesmo título pela mesma editora?




3. O Resumo

Bem, meu dinheiro não nasce em árvore — minha vida seria bem diferente se nascesse, mas... —, então eu preciso saber com o que eu vou gastar meu dinheirinho e duas ou três horas da minha vida. Aí, a gente vê o resumo, compra o livro e lê. E se decepciona, porque dessas, uma: 1) o resumo não tem nada a ver com a história, 2) o resumo saiu melhor que o livro ou 3) a pessoa que escreveu o resumo estava viajando nos cogumelos, LSDs e outras drogas.



4. O Autor

A capa anuncia um nome, as páginas internas outro, aí a gente vai procurar na Internet e descobre que os dois estão errados. Frustrante.



5. Quem é Você Mesmo?

Quando eu comecei a ler a série Terras Altas, da Hannah Howell, fui veloz e furiosa. Quando cheguei no livro da Gilly, fiquei me perguntando se Diarmot, o cunhado dela, teria um livro. E teve. Só que aí peguei Um Toque Mágico e fiquei me perguntando quem era aquele tal de Edmund e de onde ele tinha saído. E quando a editora não sabe o nome que dá aos personagens? Se não fossem os sites internacionais, até hoje eu estaria me perguntando se a mocinha porreta de Bodas de Fogo da Deborah Simmons se chamava Aisley ou Isadora. Aliás, a própria Sophie de A Esposa Virgem se chamava Gillian. E falando em Isadoras, a filha do meu amado Emryss DeLanyea, de Alma Guerreira, da Margaret Moore, originalmente se chamava Rhiannon, um nome muito mais galês que o Isadora que apareceu em A Honra de um Guerreiro — deve ser uma daquelas fases; atualmente 99% das heroínas se chamam Isabella e 99% dos heróis Jacob ou Edward.



6. Erros de Tradução, Expressões Bizarras & Edições

Há um tempo, na Adoro Romances houve uma reclamação das traduções. Além de erros de português, as edições (os famigerados ‘cortes’) assassinam as histórias. Por exemplo, a série Wulf da Ronda Thompson era digna de ser lançada em formato livraria, mas como isso não existia com a Nova Cultural, podia ter sido lançado como um Bestseller ou um CHE sem muito barulho, mas o que a gente recebeu foi uma colcha de retalhos na linha Bianca que teriam deixado Jack, o Estripador orgulhoso.



7. Palavras de Baixo-Calão

Pessoalmente, desde que a situação permita, eu não tenho nada contra um palavrão. Talvez por isso eu tenha uma neura com a edição brasileira da série Irmandade da Adaga Negra, porque é um choque pegar o livro e ver em inglês “I’m getting the fuck out” e em português, “Estou indo embora”, como se um vampirão com cara de mau fosse conversar como um surfista adolescente.



8. Os Nomes dos Personagens

Os personagens sofrem do mesmo problema que os títulos. Os nomes não podem ser muito diferentes nem comuns demais. Por isso, nada de Anna, John, Anne, Jake, Mark, Ian Sinclair, John Smith, Mary Smith, Torilla, Shanna, Ashleigh, Marileigh Megan... Enfim, algum desses nomes estranhos que são difíceis de falar e só devem aparecer em casos muito especiais — a menos que o autor seja o Tolkin ou o C. S. Lewis, aí sim podem usar nomes estranhos à vontade —, porque, como Butch disse em Amante Sombrio, o que seria de um vampiro chamado Eugene?

PS: em alguns casos, os nomes estranhos são a marca registrada do autor. O que seria da J.R. Ward sem o “H” no meio dos nomes dos Irmãos ou da Kresley Cole sem as Mariketa da vida?



9. Finais Felizes Inacreditáveis

Clássico caso de ‘ela (e) encontra coisa melhor’. Eu sei que os romances são ficção, mas quero happy endings em que eu possa acreditar, torcer, rir, chorar, me emocionar com os personagens e torcer por eles, em vez de querer que eles se explodam.



10. Informações Erradas

Eu sei que os autores não são exatamente historiadores, portanto, não têm a obrigação de relatar a história de um país no decorrer do livro — a menos que esse seja o foco, como os livros do Jan Gillou ou, mais ou menos, do Bernard Cornwell e da Phillipa Gregory. Mas que é um absurdo ler coisas tipo “No Brasil se fala espanhol”... É. Então, se a pessoa não sabe do que está falando, é melhor nem tentar. O leitor agradece.

 
10 Comentários
  • Impecável. Eu não escreveria melhor!
    Só faltou mencionar a falta de compromisso com as séries. Para cada grupo de livros lançados corretamente, muitos outros foram lançados sem ser identificados e, o pior, incompletos!
    Embora a NC ainda é, na minha opinião, a campeã por lançar todos os livros antes e depois de Highland Champion, da Hannah Howell e não o publicar. É pra matar de raiva a mais paciente das criaturas!

  • Realmente. Enquanto eu compilava a lista de sagas e séries, achei tanta série incompleta que quase chorei. É uma grande falta de respeito, comparável as edições.

    Aliás, por que a NC não lançou o Liam? Por quê? *berrando* Como o Liam pode não ter sido lançado aqui? E depois ainda reclamam dos grupos de tradução e digitalizações de livros.

  • Falou tudo!
    Mas eu confesso que eu sou pega com livrinhos da Elloras. hahahaha Claro que rola uma cobertura básica, porque tem crianças por perto. rsrs

  • Cunhada!

    Concordo com você, realmente algumas coisas nos deixam muito irritada... e gracias por defender a capa do meu "Selvagem das Terras Altas"... por "No Auge da Paixão"... afff nada haver...rs

    Enfim, post perfeito como sempre!

    bjos
    Mara

  • Barbara, não tenho problema com os livros da Elloras, mas essa capa é um horror. A modelo parece dar um pouco de backdoor lovin' pro modelo. Não gostei. Fora que ela parece a Lady Gaga. O_o

    PS: tem um Elloras que tem o Nathan Kamp na capa, então nem preciso dizer que a adoro, né?

  • Cunhada, saí da banca olhando o livro com uma cara de "uai, sô, como assim? Esse aqui não é escocês nem aqui nem China...", mas tratando o moço como um bebê, afinal, *abre bem a boca pra falar* ele é o gêmeo do Bárbaro, sabe?

    Bjos

  • kkkkkkkkkkkkkkk só para constar... ele ainda é o mior mocinho da Hannah... e claro tem as famosas cicatrizes que o fazem # do bárbaro... do meu cunhado!
    kkkkkkkkk

    bjos
    Mara

  • Sim, o Lucas é bem frágil, por isso a gente tem que um crédito a ele.

    PS: ninguém é melhor que Eric Murray, nem Liam Cameron. O homem deve ter 1,60m como eu, mas parece maior. Hum... Não assim... Tá bom, assim também... afff!!!

    Bjos

  • kkkkkkkkkk

    Confesso que achei sua resposta um tanto quanto confusa.

    Mas entendo que o fato de querer defender o bárbaro e a família te deixou nervosa...kkkkkkkkkkk

    Sorry, mas de frágil o Lucas não tem nada, e eu posso garantir, já que estamos juntos a mais tempo do que você e o Artan...rs.

    bjos
    Mara

  • Confusa coisa nenhuma! Eric Murray, papai da Gilly, É a melhor coisa que já pisou nas páginas dos livros da Hannah.

    E não, eu fiquei com o Artan primeiro. Com ele me chamando de "wee lass", sotaque escocês de verdade e tudo mais. Prova disso é que o Lucas só fica com a senhora um ano depois. :p

    Bjos

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