O Cavaleiro dos Sete Reinos: A Espada Juramentada (Legends II: The Sworn Sword) — ISBN: 9788580449730
2º livro da série As Aventuras de Dunk e Egg
Personagens: Duncan “Dunk” & Aegon “Egg” Targaryen
Duzentos anos após a Conquista, a dinastia Targaryen vive seu auge. Os Sete Reinos de Westeros atravessam um tempo de relativa paz, nos últimos anos do reinado do Bom Rei Daeron. É neste cenário que Dunk, um menino pobre da Baixada das Pulgas, tem uma chance única: deixar a vida miserável em Porto Real para se tornar escudeiro de um cavaleiro andante. Quando adulto, o cavaleiro morre e Dunk decide tomar seu lugar e fazer fama no torneio de Campina de Vaufreixo.
É quando conhece Egg, um menino de dez anos, cabeça totalmente raspada, que é muito mais do que aparenta ser. Dunk aceita Egg como seu escudeiro e, juntos, viajam por Westeros em busca de trabalho e aventuras. Uma grande amizade nasce entre eles - uma amizade pela vida toda, mesmo quando, anos mais tarde, os dois personagens assumem papéis centrais na estrutura de poder dos Sete Reinos.
Dunk e seu fiel escudeiro Egg encontraram trabalho com um velho nobre na Campina enquanto Dunk buscava Tanselle Alta Demais em Dorne. O velho gostava de falar do passado, mas esqueceu de mencionar que era um dos traidores do Trono de Ferro e por isso, perdera tudo, exceto a vida.
Infelizmente, Dunk só descobre isso depois que a estupidez de seu companheiro o coloca frente a frente com Rohanne Webber, a Viúva Vermelha. Sendo o homem que é, Dunk decide que não era honrado servir um traidor que mentia por omissão. Por outro lado, deixar que a Viúva Vermelha arrasasse Pousoveloz e matasse Sor Eustace também não era uma opção...
Minha opinião:
A Espada Juramentada começa um ano após O Cavaleiro Andante: Dunk e Egg seguiram para Dorne na esperança de encontrar Tanselle — não conseguiram, mas também escaparam ilesos da Grande Praga da Primavera, que levou mais da metade da população de Porto Real, o rei Daeron II e dois de seus herdeiros.
Antes disso, o rei Daeron — avô de Egg — sofreu uma tentativa de golpe de dois de seus meios-irmãos, o que levou os Sete Reinos e a Casa Targaryen a se dividir. Daeron e seu exército venceram, honrando os legalistas e punindo os traidores, mas sem derramamento de sangue.
Dunk não estava preocupado com a sucessão ao Trono de Ferro, mas sabia que não podia trabalhar para um traidor, pois seria uma traição a Sor Arlan de Centarbor, legalista, que o criara e perdera o sobrinho na maior batalha da Rebelião Blackfyre. Dunk ainda tem uma questão muito forte com a honra, se angustiando com a morte de três de seus companheiros no julgamento de sete exigido por Aerion, pela morte de Valarr e pela culpa em servir Sor Eustace ou deixá-lo à mercê da Viúva Vermelha. Há pouca mudança em termos de personalidade em Dunk, e acho que ele vai ser o mesmo homem honesto, humilde e correto que era em O Cavaleiro Andante.
Pessoalmente, não sinto pena de Eustace Osgrey; primeiro, porque ele vive preso a um passado que não o pertence — conta histórias dos dias de glória dos Osgrey, que acabaram muito antes de Aegon e suas irmãs tomarem os Sete Reinos —, e segundo, porque em sua tentativa fracassada de recuperar a glória — que significava terras e títulos —, ele se junta à guerra, perdendo tudo. Sua casa agora é uma torre caindo aos pedaços, que produz menos que ele e seu povo necessitam para sobreviver.
Rohanne Webber é, de certa forma, o interesse romântico de Dunk. Ele ainda não esqueceu Tanselle, mas é óbvio que há atração entre eles, a ponto de ela ameaçá-lo com casamento:
— Você é bem louco. — A fumaça enchera os olhos dela de lágrimas. — Se fosse bem-nascido, me casaria com você.
Viúva quatro vezes, Rohanne é o tipo de mulher que incomoda muitos homens: ela é jovem, bonita, tem poder o suficiente para incomodar; a saída é dizer que ela pratica bruxarias, matando irmãos, maridos e filhos. Eu não sei se isso é verdade ou mentira — acho que é mentira, mas conheço gente que discorda —, mas vários leitores aceitam essa versão dos fatos. Até onde eu sei, o autor nunca comentou o assunto.
—... Conklyn, Stackhouse e Durwell pisam com cuidado quando se trata da Viúva Vermelha. Se um deles pensar por um momento que me tornei fraca e branda...
Ser uma mulher é difícil naquela época — o mundo de Westeros corresponde à Idade Média real —, e Rohanne sabe que não pode amolecer. Ela queria justiça, mas Sor Eustace não facilitava e, sem a intervenção de Dunk, a rixa viraria guerra. No lugar de Sor Eustace, eu teria entregado Sor Bennis do Escudo Marrom sem pensar duas vezes; no é como se Rohanne fosse matá-lo.
Ao contrário do que eu esperava, o Tempestade Risonha não apareceu nenhuma vez. Eu sei que ele é importante — O Mundo de Gelo e Fogo, o compêndio da série, lista a presença dele em um momento muito, mas muito importante. Uma dica: Robert, Stannis e Renly são bisnetos dele. A própria Rohanne também é importante, sendo ancestral de outros personagens que movimentam a série; é possível descobrir isso nesse livro, pois ele já lança as sementes para especulação. ;)
Ah, e Egg... Está crescendo. Minha maior ressalva com a série é justamente o fato de ela ser contada do ponto de vista do Dunk. Eu adoraria saber o que Egg teria a dizer sobre certas coisas. E, ao contrário de Dunk, Egg está crescendo; ele ainda é o mesmo garoto voluntarioso, mas agora joga o jogo dos tronos muito mais sutilmente, ainda raspa o cabelo. De uma forma, ele ainda é o mesmo Egg, que faz o quer atrás das costas do adulto responsável por ele.
Acredito que, se eu tivesse gostado mais de Sor Eustace, ou pelo menos simpatizado com a causa dele, eu teria aproveitado o conto melhor. A sensação que eu tive foi a de que o Dunk podia ter aproveitado esse tempo que passou intercedendo por ele fazendo algo melhor, servindo em Solarestival, Winterfell ou Ponta Tempestade — de preferência com muitas e muitas páginas de Tempestade Risonha.
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2 Comentários
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Cunhada!
Pois então, eu precisava fazer promessas que pudesse cumprir, né? rsrs
Realmente, eu não gostei muito do livro. Difícil torcer pelo aliado do Dunk quando ele é um mala sem alça - gostei muito mais da Viúva Vermelha, pra ser honesta. kkkkkkkkkkkk
Bjos
Olá, cunhada!
Realmente suas promessas de ano novo estão se cumprindo... no que eu e sua legião de fãs agradecem... :)
Quanto ao conto, senti em sua resenha um certo desaponto... e também gostei do Egg (é esse mesmo o nome... que estranho (O.o)... mas enfim... parece que esse promete...
Aguardando ansiosa os próximos capitulos...
bjos
Mara